A SANGRIA SOCIAL – COMO AS GRANDES CORPORAÇÕES DRENAM O FUTURO DA SOCIEDADE BRASILEIRA

O Golpe Silencioso contra a Cidadania

No iniciar de 2025, o Brasil assiste a um dos mais perversos espetáculos de captura corporativa do Estado. Enquanto milhões de brasileiros lutam pela sobrevivência, um seleto grupo de empresários celebra a privatização dos recursos públicos, transformando direitos sociais em moeda de troca para seus interesses mesquinhos.

O Retrato de uma Nação Sequestrada

A cena é dramática: grandes corporações recebem bilhões em perdões fiscais, isenções e créditos subsidiados, enquanto cidadãos vulneráveis são espremidos pela máquina burocrática que deveria protegê-los. O Benefício de Prestação Continuada (BPC), último suspiro de proteção para milhares de brasileiros com deficiência e idosos sem recursos, torna-se alvo de uma política cruel de “revista e desqualificação”.

A Portaria do Desmonte: Como o Estado consegue trair os Mais Vulneráveis

A Portaria INSS/DIRBEN Nº 1249, publicada em 26 de dezembro de 2024, representa um marco cruel na demolição sistemática da proteção social brasileira. Sob a máscara de uma “reavaliação”, o documento expõe um mecanismo perverso de exclusão, onde idosos e pessoas com deficiência são transformados em alvos de uma burocracia desumana. O texto normativo cria um labirinto kafkiano de notificações, prazos e procedimentos que visam, na prática, desqualificar e destituir beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Com um prazo de apenas 30 dias para defesa, muitos beneficiários – majoritariamente pessoas em situação de vulnerabilidade, com baixa escolaridade e limitações físicas ou cognitivas – serão sumariamente excluídos de seu último mecanismo de sobrevivência. A portaria não é um ato administrativo, mas um documento de violência institucional que traduz o desprezo do Estado pelos cidadãos mais frágeis, transformando direitos duramente conquistados em privilégios temporários e revogáveis ao bel-prazer de uma máquina burocrática cada vez mais autoritária e desconectada da realidade social brasileira.

As Entranhas do Modelo: Corporações vs. Cidadãos

Números que Gritam Injustiça

Perdão Fiscal Aéreo: R$ 5,8 Bilhões em Benesses

  • Gol e Azul: Dívidas de R$ 7,8 bilhões reduzidas para meros R$ 2 bilhões
  • Renúncia fiscal:
    • Azul: R$ 774 milhões
    • Gol: R$ 113 milhões
  • Crédito do Fundo Nacional de Aviação Civil: R$ 5 bilhões

O Preço Pago pela População

  • Cada passageiro “subsidia” aproximadamente R$ 85 por viagem (em impostos não cobrados)
  • Famílias de baixa renda arcam com o custo dessa transferência de riqueza
  • Passagens mais caras, bagagens cobradas, serviços sucateados

A Máquina de Moer Direitos Sociais

Benefício de Prestação Continuada (BPC): O Massacre Silencioso

  • Critérios cada vez mais restritivos
  • Famílias empurradas para baixo da linha da pobreza
  • Idosos e pessoas com deficiência transformados em números descartáveis

Mecanismos de Opressão Econômica

A Privatização Disfarçada de Política Pública

  1. Isenções Fiscais sem Contrapartida
    • Empresas recebem perdões bilionários sem nenhuma obrigação de reinvestimento social, e seus lucros (“perdões fiscais”) são direcionados exclusivamente para acionistas, muitos deles estrangeiros
  2. Desmonte da Proteção Social
    • Redução de benefícios, corte de direitos conquistados e precarização da assistência social

O Ciclo Perverso

“Quanto mais pobre, menos direitos. Quanto mais bilionário, mais privilégios.”

Exemplos Concretos de Injustiça

  • Caso 1: Família de baixa renda tem BPC cortado
    • Idoso com 70 anos perde benefício, sobrevivência comprometida com nenhuma alternativa de renda
  • Caso 2: Executivo de empresa aérea recebe bônus milionário
    • Mesmo com perdão fiscal, lucros recordes em meio à crise social e desconexão total com a realidade nacional (lembrem do caso das Lojas Americanas – bônus para uns e calote para milhares)

Consequências Sociais

Erosão da Cidadania

Concentração de renda, destruição de mecanismos de proteção social e naturalização da desigualdade

Impactos Psicossociais

Aumento da depressão, crescimento da violência e desesperança generalizada

Propostas de Resistência

Caminhos para a Justiça Social

  1. Transparência Total: Auditoria das isenções fiscais com publicação detalhada dos acordos corporativos.
  2. Taxação de Grandes Fortunas: Redistribuição da riqueza tributária com financiamento de políticas sociais.
  3. Regulação Rigorosa: Limite de isenções fiscais condicionada a contrapartidas sociais obrigatórias.

A Revolta Necessária

A sociedade brasileira precisa acordar. Não são apenas números, são vidas sendo destruídas. Cada centavo desviado para corporações representa uma criança sem alimentação, um idoso sem medicamento, uma família sem esperança.

Reflexão Crítica

Pergunta ao Governo – Por que o Brasil não abre o seu mercado de transporte aéreo para dezenas de empresas? Os “bancos digitais” são um exemplo do fim do oligopólio bancário.

O governo age como um fiador corporativo, transferindo ônus (bônus) públicos para grandes empresas, enquanto onera a população mais vulnerável. Não somos números em planilhas corporativas. Somos um povo, com direito à dignidade.

A resistência é inevitável. Este artigo não é uma crítica às empresas que genuinamente sustentam a economia nacional, mas um grito contra os gigantes corporativos que sugam os recursos públicos, transformando privilégios fiscais em lucros bilionários, enquanto as pequenas e médias empresas lutam para sobreviver em um cenário econômico cada vez mais desigual. Viramos, mais uma vez, uma colônia — não mais de potências estrangeiras, mas de corporações que colonizam nossos recursos, nossos políticos, nossa legislação e nossa soberania econômica, transformando o Estado e o Governo em meros serviçais de interesses privados.

Brasil, desperta!

https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/01/02/governo-fecha-acordos-com-empresas-aereas-e-vai-reduzir-em-r-58-bilhoes-dividas-da-gol-e-azul.ghtml

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